NUTRIÇÃO

Data: 00/00/2007

ENERGIA PARA EQUINOS 

Prof. Dr. Hugo Tosi – Unesp Jaboticabal SP. – Empresa
Agromix

Prof. Dr. Alexandre Augusto de Oliveira Gobesso
FMVZ/USP/Pirassununga SP.

Durante o processo de domesticação, o homem mudou e tem mudado continuamente o hábito da vida doseqüinos.
Até algum tempo, raramente os eqüinos recebiam alimentos concentrados, fenos de gramíneas ou leguminosas. A pastagem sempre constituiu a alimentação natural do cavalo e, para tanto, seu aparelho digestivo está anatômo e fisiologicamente preparado para a digestão.
Atualmente, com o ressurgimento do interesse pelos cavalos, inúmeras pessoas se dedicam à atividade de criação ou prática esportiva com eqüinos. Surge então a necessidade de maior nível de informações científicas para a nutrição dos eqüinos, aspecto atualmente mais deficitário em informação.
A nutrição é capaz de, juntamente com um manejo adequado, exteriorizar a total capacidade genética do animal em crescer, se reproduzir, trabalhar etc.
Ao se abordar um tema como nutrição, deve-se definir claramente o que classificamos como alimento e nutriente. O alimento é tudo aquilo que é ingerido com o intuito de saciar a fome e nutriente são as substâncias contidas nos alimentos e que desempenham funções especificas no organismo.
A alimentação cria a base necessária para realizar todas as reações que ocorrem em um animal que está sempre praticando esporte. O organismo precisa gerar a energia necessária e também armazená-la para provas de explosão.
A alimentação correta dos cavalos requer mais conhecimento, experiência e bom senso de que qualquer outro tipo de criação. Infelizmente, os cavalos são, em geral, os que recebem a pior alimentação. Isso é devido, principalmente a uma grande falta de informação sobre nutrição eqüina por parte dos proprietários de cavalos e dos nutricionistas. Mais pesquisas serão necessárias para resolver muitas dúvidas não respondidas.
Infelizmente, a alimentação adequada não é apenas jogar um pouco de feno para o cavalo.
Os requerimentos nutricionais do cavalo atleta variam basicamente com o peso, idade e tipo de trabalho ao
qual ele é submetido. Podemos entender com o trabalho tudo que o cavalo realiza nos treinamentos e provas, principalmente, pois aí são gastos 50% ou mais dos
requerimentos nutricionais.
Para podermos discutir a nutrição eqüina, precisamos discutir as fontes comuns de nutrientes para eles.
Torna-se então necessário possuirmos certos parâmetros pelos quais possamos comparar os alimentos para melhor entendermos seus valores nutricionais relativos.
Apesar de haver diversas maneiras de se comparar alimentos, essa discussão é limitada a fatoresconhecidos, como: total de nutrientes digeríveis, proteína digestível e relação cálcio-fósforo, que são mais importantes. Essa limitação pode tornar o assunto um pouco menos confuso. As características físicas
importantes dos alimentos são: ser limpos saborosos, livres de bolor, não muito pesados nem volumosos, não serem laxantes ou causadores de prisão de ventre. Há necessidade de a ração total ser balanceada. 
Devemos ter em mente que esses requerimentos se referem à água, energia, proteína, minerais e vitaminas (nutrientes), que deverão fazer parte da dieta de qualquer cavalo, que deve conter ingredientes indispensáveis para a vida e boa saúde dos eqüinos, como os volumosos (fenos e pastagens entre outros) e concentrados (rações comerciais).
A prática alimentar deve adaptar-se aos novos conhecimentos da nutrição eqüina, com o objetivo de assegurar melhores resultados em matéria de saúde, resultados de provas e rentabilidade. Deve-se duvidar daqueles que apresentarem manejos, porções ou fórmulas miraculosas, ao invés de sugestões racionais, que não agridam e afetem o metabolismo normal do animal.
Tudo que o cavalo gasta deve ser reposto, assim se manterá o equilíbrio. Os balanceamentos são necessários entre concentrado e volumoso. 
O objetivo desse texto é mostrar a nutrição e a importância dela para o organismo animal e suas necessidades diárias e em dia de prova. O animal atleta tem exigências maiores que um animal normal.
Na boca, um sistema mecânico (dentes) e bioquímico (saliva) faz lentamente a pré-digestão da celulose (capim) em prol de poupar tempo na digestão intestinal. 
Numerosas glândulas salivares e uma vasta superfície de absorção perilingual, proporcionam uma reciclagem de minerais por essa via (sublingual), com acesso direto às artérias sem passar pelo fígado (caso fosse pelo caminho mais demorado o intestino delgado). Esse recurso fisiológico dribla a interferência negativa da taxa de absorção de minerais, característica das dietas ricas em fibra. Além do quê a absorção sublingual é passiva, sem gasto de energia – o que em parte não ocorre no
intestino grosso. A mastigação de 1 kg de feno pelo cavalo pode levar até 30 minutos. 
Os dentes representam órgãos intermediários entre o meio exterior e o aparelho da nutrição, destinando-se principalmente à mastigação dos alimentos, e assim colocando-se em condições de sofrer a ação dos sucos digestivos. Para os morfologistas o dente é um órgão de tecido calcificado, de coloração amarelo-esbranquiçada,situados na cavidade bucal e colocados sobre os maxilares, onde se dispõem em fileiras. Para veterinários, além de sua função básica, são órgãos de
combate de ataque ou defesa, são basicamente destinados a colher, reter, cortar, perfurar, dilacerar, esmagar, moer ou triturar alimentos. Com relação ao sexo, observa-se certo dimorfismo sexual do aparelho dental, o que acontece em machos da espécie eqüina que tem os caninos atrofiados enquanto as éguas não os têm.
O intestino delgado está extremamente relacionado com a digestão química – além das suas próprias enzimas digestivas é beneficiado com a bile e o suco pancreático.
Aqui se estabelece uma ENCRUZILHADA extremamente estratégica e ímpar no cavalo – ela chega a ser tão gritante que se evidencia até anatomicamente.
A digestão bacteriana, nos eqüinos, se processa de preferência no ceco, sobre os alimentos não digeridos no intestino delgado, agindo notadamente sobre a celulose, pentosanas e compostos análogos, que são transformados em ácidos graxos simples (acético e butírico) e glicose.
O ceco é sem dúvida o mais inteligente sistema de conversão energética. A partir da matéria prima bruta, a celulose (o capim) é capaz de produzir em sua câmara de fermentação gases que irão se transformar em ácidos gordurosos para uso energético imediato ou para armazenamento em forma de glicogênio no fígado e/ou nos músculos esqueléticos, o até sob a forma de tecido adiposo, que quando mobilizado para gerar mais energia
se transforma novamente em glicogênio (gliconeogênese) (BRAUNE, 2000).
Quando o cavalo inicia a atividade física, há um aumento da atividade muscular. Os músculos precisam de energia para se contrair. 
A capacidade atlética dos cavalos de corrida e de salto são determinadas pela capacidade do seu aparelho circulatório e respiratório, seu estado hematológico, assim como da integridade do seu sistema muscular e esquelético. Através de treinamento, o rendimento dos distintos órgãos e tecidos é mantido ou melhorado. A alimentação cria a base necessária para estes processos.
Existem dois tipos de fibras musculares: a) tipo I ou contração lenta: são menores e utilizam menos ATP, tem maior capacidade de uso do oxigênio, produz grande quantidade de energia, são mais resistentes; b) tipo II ou contração rápida: são músculos de força ou para a capacidade exigida para corrida ou tração, têm fibras grandes e têm uma capacidade oxidativa baixa, porserem ricas em miofibrilas em vez de mitocôndrias, onde se utiliza o oxigênio e esse é menos capaz de se difundir no interior dessas fibras, são pobres em gorduras e ricas em glicogênio.
No sistema muscular a energia química se transforma em energia mecânica (no trabalho); durante o balanço energético negativo, o glicogênio do fígado se mobiliza e aumenta a quantidade de glicose no sangue. O excesso de proteínas dá lugar a aminoácidos glicogênicos e cetogênicos que servem como fonte de energia. 
Inicialmente, esta energia é fornecida pela metabolização de combustíveis estocados no interior das células musculares. Quando estes estoques de energia (glicogênio) estiverem depletados, o combustível passará a ser fornecido por outras áreas do corpo, tais como fígado, e serão trazidos às miofibrilas através da corrente sanguínea, sob forma de glicose e de ácidos graxos livres. Para que essa energia necessária para a
contração muscular seja liberada destes combustíveis com a máxima eficácia, é preciso haver oxigênio. Este é fornecido pelos pulmões através das hemácias, e transportado por elas numa forma associada à hemoglobina. Um catabólito (resíduo metabólico) tóxico, o dióxido de carbono, resulta deste aproveitamento, e o mesmo precisa ser removido das células para que os músculos possam continuar trabalhando. Ligado à
hemoglobina, o dióxido de carbono é removido através da corrente circulatória e eliminado pelos pulmões. 
A energia é derivada da desfosforilação do trifosfato de adenosina (ATP) em difosfato de adenosina (ADP). Isso pode ser feito através da transferência do fosfato rico em energia do fosfato de creatina (FC) para o ADP. O fosfato de creatina proporciona uma fonte de energia instantaneamente disponível para um esforço de intensidade alta, mas todo o ADP e o fosfato de creatina na musculatura proporcionam energia suficiente para somente 6 a 8 segundos de esforço muscular máximo. 
Durante a atividade física, as fontes energéticas utilizadas pelo tecido muscular variam de acordo com a intensidade e a duração do esforço. Nos momentos iniciais do exercício, ocorre consumo das fontes energéticas primárias celulares, ATP e CP. Com o prosseguimento da atividade, passa a responder com
maior suprimento energético a degradação do glicogênio (muscular) e a glicose (circulante) mobilizada a partir do glicogênio hepático. Com a manutenção da atividade em
intensidade que corresponda à grande utilização da glicose como fonte de energia, há geração de piruvato e da NADH citoplasmático (oriundos da glicólise). Os carboidratos – obtidos a partir da dieta ou Numero daproduzidos endogenamente, a partir do consumo de aminoácidos e outros metabólitos intermediários – são essenciais para a manutenção da atividade física de alta intensidade superior a 10-15 segundos de duração. Os estoques endógenos de carboidratos, estocados na forma de glicogênio, são regulados por diversos
hormônios, entre os quais destacam-se a insulina e o glucagon, que garantem sua síntese durante o período absortivo e sua metabolização, nos períodos entre as refeições e durante a atividade física, tanto dos estoques hepáticos quanto dos musculares. A estrita dependência entre a disponibilidade de carboidratos e a manutenção da intensidade da atividade física serviu como estímulo para que esta área do metabolismo fosse bastante estudada.
A dieta deve ser balanceada e equilibrada e a alimentação deve ser baseada nas necessidades do cavalo sem deficiências nem excessos. Alguns fatores individuais devem ser levados em consideração na determinação das necessidades de cada animal. Mesmo com a utilização de tabelas de necessidades específicas, o oferecimento de uma suplementação concentrada
deve-se levar em consideração:
- Raça do animal: algumas raças têm melhor aproveitamento do que outras (raças pesadas possuem melhor conversão alimentar do que as raças leves); 
- Temperamento: animais com temperamento mais nervoso têm necessidades maiores do que animais mais calmos;
- Digestibilidade individual: variação de indivíduo para indivíduo (até 15% de variação);
- Clima: 10 a 20% de variação;
- Baia ou pastagem: animais estabulados têm restrição no fornecimento de volumoso, o que pode aumentar as necessidades do concentrado;
- Estado Geral: muito importante ao se avaliar as necessidades do animal em função também do peso, pois se o animal estiver muito magro devemos superestimar suas necessidades até ele atingir o peso ideal. O contrário também ocorre, isto é, se o animal estiver acima do peso, devemos fazer com que
emagreça até o ponto de estimarmos novamente suas necessidades.
A nutrição, juntamente com um manejo adequado, é capaz de exteriorizar a total da capacidade genética do animal em crescer, se reproduzir, trabalhar, etc., não sendo possível, entretanto modificar nenhuma característica genética do animal .
O correto arraçoamento consiste em definir o melhor local e o melhor horário para fornecer as rações nas quantidades necessárias. É preciso ter sempre em mente que a ração fornecida aos eqüinos deverá apenas cobrir as cotas adicionais de energia, aminoácidos, vitaminas e minerais que por ventura já estejam sendo fornecidos, ou quando na atividade imposta ao cavalo, como crescimento, gestação, lactação ou intenso
trabalho, que não consiga retirar do volumoso todos os nutrientes de que precisa. Portanto, as recomendações
que serão feitas, para as diversas categorias, serão sempre no sentido de quantidades variáveis, veja na tabela 1. Nessas condições, pelo menos 50% das exigências diárias de energia devem ser fornecidas pelos alimentos concentrados. O adequado fornecimento de proteína é essencial para os adultos em trabalho, a fim de possibilitar o perfeito funcionamento hormonal e enzimático das funções biológicas. Na verdade, o que define quantos quilogramas de ração o cavalo deve receber por dia é a qualidade e a disponibilidade do pasto, do feno ou da capineira, e o tipo de atividade que
realiza (esporte, lazer ou reprodução).
O arraçoamento dos eqüinos é obrigatoriamente individual, isto porque as necessidades nutricionais de cavalos do mesmo tipo, realizando o mesmo trabalho, podem apresentar variações. Na maioria dos casos, a manutenção do peso corporal será melhor guia do que os padrões de alimentação. Estes, não obstante, não são mais que guias e, portanto, as normas aproximadas
podem ter toda a exatidão prática de que se necessita.
Para o arraçoamento do cavalo de corrida há necessidade de se considerar o binômio “ração-exercício”. Deve-se, além das necessidades de manutenção, somar-se aquelas provenientes do desgaste nos exercícios e nas corridas, fundamentalmente, portanto, de ordem energética .
A técnica de alimentação é considerada um fator de extrema importância, pois o cavalo está adaptado a uma ingestão contínua de pequenas quantidades de alimento, portanto são chamados de animais de estepe. 
A freqüência da alimentação tem grande influência, pois os cavalos mantêm a exigência alimentar com porções pequenas; essa freqüência das refeições diárias depende da necessidade nutricional do animal, do seu comportamento, do tipo de alimentos e também de sua cama. Os animais nessas condições precisam ser alimentados com quantidades fixas, pré-determinadas, durante 70 a 90 dias antes do evento. Normalmente os animais são alimentados duas vezes por dia, com um intervalo de 10 horas durante o dia e 14 horas durante a noite. Essa prática de ingestão intermitente de grandes
quantidades de alimentos concentrados seguido de intervalos prolongados tem duas desvantagens: o estômago e intestino são sobrecarregados e falta um fluxo contínuo de nutrientes para microorganismos do intestino grosso. Alimentações mais freqüentes em pequenas quantidades, freqüentemente melhoram o apetite dos animais caprichosos para comer.
Os eqüinos possuem estômagos relativamente pequenos, cuja capacidade constitui somente cerca de 7 a 8 % do seu trato gastrointestinal. Os eqüinos em pastejo gastam 50 a 70% do seu tempo, 24 h/dia pastando, período durante o qual ingerem
continuamente pequenas quantidades de capim. No entanto, mesmo quando o alimento se encontra sempre disponível, a quantidade e tempo gasto diminui de 50 a 70 % quando em pastejo para 30 a 70 % quando se oferece somente feno, para 35 a 40% quando se oferece um alimento peletizado e para 13 a 19% quando se oferece somente uma mistura de grãos. A quantidade de tempo gasto menor significa mais alimento consumido em um momento. A quantidade consumida em um
momento é até maior quando não se encontra disponível alimento, como é o caso e a necessidade da maioria dos eqüinos que não se encontram em pastejo. Quanto
maior a quantidade consumida em um momento, maior será a distensão gástrica o que aumentará a motilidade gastrointestinal e alterará a taxa metabólica, circulação e concentrações de aldosterona, cortisol e eletrólitos.
O fracionamento de alimentos é realizado para que se ofereça menor quantidade de volumoso durante o dia, conseqüentemente se diminui a duração da ingestão de
alimento; a administração de uma maior quantidade à tarde ajuda a passar o intervalo noturno maior até a próxima alimentação. Na prática, é usual administrar primeiro o concentrado e depois o volumoso. Para os processos digestivos é mais vantajoso se iniciar com o volumoso e administrar o concentrado somente 10-15 minutos após o primeiro. Após a ingestão de alimentos, não deveriam ser requisitados esforços físicos intensos e ou transportes. Descanso de uma hora no mínimo ou uma movimentação leve garante uma digestão sem distúrbios. Exercícios intensos imediatamente após a refeição inibem a secreção de sucos digestivos e podem provocar doenças (laminite, distúrbios digestivos). Além disso, o rendimento do animal fica comprometido. 
A mudança de alimentação está associada a riscos, mesmo a mudança de um tipo de concentrado ou feno para outro. As misturas de ração podem ser realizadas por 3 a 5 dias. É preciso fornecer a ração em quantidades equivalentes a 1,5% do peso do cavalo, sempre em três refeições para aumentar adigestibilidade da ração e porque devem viver em estabulação permanente. 
A rotina das competições deve ser o mais próxima possível daquela mantida em casa. Os cavalos são criaturas de hábito, que gostam de sua rotina. Deve-se permitir ao cavalo que relaxe tanto quanto possível durante as competições .
Em viagem, o cavalo deverá ser acompanhado de sua alimentação normal. Isto evita que alterações súbitas na
dieta do animal possam causar perturbações no sistema digestivo ou queda o apetite – a qual já é apresentada
pela maioria dos cavalos estressados. Nestas condições, uma mistura de farelo de trigo pode ser útil. As viagens podem ser exaustivas para um cavalo cansado, e se o trecho a percorrer for mais longo, é importante fornecer água periodicamente aos animais, bem como permitir que eles se movimentem um pouco no caso de um pernoite. A hidratação nas viagens é muito importante – a falta de água pode causar impactação intestinal e cólica.
A aderência a estes procedimentos antes, durante e após a competição irá ajudar a minimizar o stress mental e físico a que o cavalo é exposto, assim permitindo-lhe ter uma vida útil mais longa e com certeza mais coroada de sucessos.
A fibra é indispensável na dieta do cavalo. Em uma alimentação natural, ela pode ser obtida através de plantas frescas ou secas, como é o caso do feno. Ele constitui a base da alimentação da maioria dos cavalos e a principal fonte de fibras, portanto, deve ser muito bem selecionado e rico em nutrientes. 
Os cavalos em condições normais, que vivem livres em grandes áreas, estão permanentemente ingerindo pequenas porções de alimentos volumosos. Sabiamente os europeus, quando confinaram, procuraram não privá-los desta necessidade espontânea. Por isso oferecem à vontade um alimento volumoso de baixo teor nutricional, tanto na forma de “cama”, como eventualmente servidos em outros recipientes, tais
como redes ou manjedouras.
Tal prática é aconselhável, pois se sabe que o consumo permanente de fibras, atendendo a uma necessidade
fisiológica do animal, previne o aparecimento de cólicas e vícios, cuja ocorrência é muito maior, quando os animais já se encontram estressados pelo confinamento permanente. Este procedimento influi também no temperamento do cavalo, acalmando-o e permitindo um melhor relacionamento com os seus tratadores e usuários.
Desta forma também os grupos de animais que vivem nos piquetes de permanência precisam ter a sua disposição alimentos volumosos (fibras) de baixo teor nutritivo, oferecido em dispositivos especialmente projetados para esta finalidade, para que possam receber todos estes benefícios e desenvolver um perfeito relacionamento dentro do grupo.
Para alimentar cavalos é necessário não só ciência como também arte pois para além do conhecimento das necessidades nutritivas do cavalo é também necessário dar-lhe a alimentação mais adequada ao seu carácter individual. O aparelho digestivo destes animais
adaptou-se a comer pouco de cada vez mas muitas vezes devido a que no seu estado selvagem os cavalos costumavam andar livremente, pastando e bebendo constantemente, podendo assim escolher as plantas que encontravam.